#106 When I Get Home - Solange
Assim de repente e quase sem aviso Solange decidiu celebrar o primeiro dia de Março com o lançamento de When I Get Home o esperado sucessor do incrível A Seat At The Table um dos meus all time favourites.
E depois de um disco tão bom como e bem sucedido com o anterior nunca seria fácil o processo de criação ou o lançamento de um novo, e Solange não caiu no risco de apressar as coisas, três anos os separam. Tempo suficiente para, por um lado absorver e deixar maturar bem o antecessor e por outro para compor um disco adulto e que apesar de manter a base soul/rnb com os coros jazz que são habituais, também arrisca com uma onda mais trap e new age e apresenta ainda uma lista de colaboradores de luxo como Panda Bear, Tyler the Creator, Pharrel e Sampha (com quem já tinha colaborado anteriormente em Don´t touch my Hair). Apesar de tudo este não é um álbum que procure quebrar ou mudar drasticamente aquilo que foi o seu antecessor. Muito pelo contrario, a questão racial, a luta e o regresso às origens e às questões sobre consciência vs evolução continuam bem patentes aqui e acaba por funcionar como uma segunda parte ou até uma continuação de ASATT, porque os dois ouvem-se de seguida e encaixam de forma perfeita.
Apesar de achar que é um daqueles discos que funciona melhor como um todo do que individualmente destaco Stay Flo, My Skin My Logo, Almeda e Way to the Show que é a minha favorita de todo o disco.